Ulpiano propõem uma reflexão sobre política educacional praticada nos museus brasileiros e que na opinião do autor são insatisfatórias, cheias de ilusão e até mesmo danosas. Questiona e analisa ao mesmo tempo da necessidade metodológica, nos setores que tratam da educação nos museus, em que a memória faz parte de um “resgate” da história e das identidades, tal como os suportes onde estão depositados as informações capazes de recordar continuamente e compara - “um pacote fechado de recordações”.
Neste sentido é realista e pontual quando ressalta que “a elaboração da memória se dá no presente e para responder a solicitações do presente”. (p.93)
Problematiza no sentido do museu educar dentro de um modelo que induz ao conhecimento e valoração das memórias e identidades colaborando com falsas ideologias ou como escreve: “miragem ideológica”.
O que acho importante é a proposta de questionamento que faz Ulpiano, de estar constantemente pondo em reflexão o trabalho dos museus. Cita John Dewey: “educar é garantir ao indivíduo condições para que ele continue a educar-se”. Eis o que se pode ter como proposta na educação em museus, ou seja, de se criar possibilidades para que uma pessoa, a partir da ação educativa e da ação cultural, avalie e construa de forma autônoma o seu caminho, estabeleça as suas referências de conhecimento e assim proceda as suas escolhas em relação a sua “história herdada”.
Outros aspectos são citados pelo autor: o uso de linguagem acessível, simples e eficiente, desenvolvimentos de políticas museológicas, e transcreve o que pensa “Ellie Carter – que a primeira tarefa educativa do museu é ensinar como ele deve ser usado – trazer à tona a parte não visível do objeto.
Para concluir, penso ser interessante a colocação da proposta de museu enquanto espaço de questionamentos, mais do que de respostas. Concordo com a idéia de que o museu deveria despertar a novos questionamentos, a partir de perguntas, dúvidas e reflexões e do uso de seu acervo no sentido de estabelecer e criar estranhamentos e muitas possibilidades de análise, uma espécie de “mapa conceitual”, diante dos diferentes caminhos e de conceitos, a partir de um único objeto. Na capacidade do observador de perceber o objeto realizando as suas escolhas e em referência a sua realidade, do seu cotidiano e na construção e no fazer da sua própria história
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